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A MÃE NA JANELA

A mãe na janela Tantas vezes a vi, assim, debruçada sobre a mesa, esticando, alisando com as mãos cuidadosas, alentadas de carinho e cautela, no fazer simples, mas imprescindível do passar o friso, transformar em plano o tecido rugoso, amarfanhado, atirado no cesto de roupas. Tantas vezes, a vi na costura, dobrando as costas no espaldar incômodo da cadeira, puxando sob a agulha, o pano, com a mão diligente, moldando-o de acordo com a linha que se desenhava autoritária, inventando curvas, metamorfoseando o que não tinha forma, transformando em vestuário o que era só projeto. Tantas vezes a vi, ainda perscrutando entre lentes emprestadas, o grau necessário para puxar o fio, manusear o dedal, criar a imagem em alto relevo, bordando o que era somente um risco imitando flores ou paisagens. Colorindo o que o sol se antecipava em dar-lhe cores e reflexos. Quem sabe os contemplasse, quando prontos e percebesse que sua criação devia muito à natureza, já que os punha sobre a mesa, ao alcance da

Pequena resenha sobre o livro “Nenhum pássaro no céu” de Luiz Horácio, uma publicação da Editora Fábrica de Leitura, 2008.

Pequena resenha sobre o livro “Nenhum pássaro no céu” de Luiz Horácio, uma publicação da Editora Fábrica de Leitura, 2008. Livro disponível no site da Livraria Cultura Às vezes, uma história aviva importantes temas em detrimento da busca da inspiração, fundamentada em narrativas hegemônicas, de mesclas de ritmos e rumos. Neste texto imperdível do autor Luiz Horácio, têm-se a impressão de que a vida acontece no tempo preciso, na hora imaginada, na qual o sol poente aparece brilhante e belo para os personagens, entre os quais nos incluímos. Ou seja, no ritmo de nossa respiração. Não é uma história comum. Por outro lado, não é uma história de temas grandiloqüentes, mergulhada em objetivos pomposos, ou subordinada a emoções baratas para fisgar o leitor. Ao contrário, é a história de nossas vidas, nossos antepassados, culminando com a própria história do RS, contada com uma maestria que aliada ao lirismo e à poesia, apresenta uma arquitetura talvez nunca antes explorada. Perpetua, portanto,

LIBERDADE PO�TICA - LETRAS LIVRES

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Passeio de barco

EXAMES, DIAGNÓSTICOS, TORTURA?

É notório que a medicina está avançando, tanto no que se refere à descoberta da cura de determinadas doenças, quanto à utilização das novas tecnologias para execução de cirurgias, obtenção de resultados e diagnósticos. Entretanto, estas mesmas tecnologias parecem conspirar contra nós, pacientes, simples mortais, leigos, desacostumados a sermos manipulados como batatas em sacos de feira. Quando se tem qualquer prognóstico de doença, como dor no estômago, problemas de coluna ou tosse incisiva, dispomos de imediato do maravilhoso leque de ferramentas que vão nos orientar (ou desorientar) ao diagnostico de nossos males. O médico prescreve os exames clínicos solicitados e nos deixa à mercê de nosso destino, arremessados às mãos das clínicas especializadas. Por exemplo, na queixa de problemas de estômago somos encaminhados ao simples exame de raio-x. Mas vejamos a situação absurda a que está fadado o paciente. Ao chegarmos, o atendente nos conduz a um vestíbulo na penumbra, onde pede (exig

EVANOLI - PRÊMIO 260 ANOS DO EXÉRCITO

LIBERDADE PO�TICA - LETRAS LIVRES EVANOLI RESENDE CORRÊA, artista plástica, foi a grande vencedora do concurso em homenagem ao aniversário dos 260 anos do Exército em Rio Grande. Concorreu com as obras "Tributo ao soldado riograndino" e "Sem fronteiras", sendo que a primeira obra conseguiu o 1º lugar entre todos os concorrentes e o quadro "Sem fronteiras", atingiu por sua vez o 3º. Isso quer dizer que, entre as obras selecionadas, ela obteve a premiação em duas obras num mesmo concurso, angariando a admiração das autoridades e demais pessoas convidadas ao evento. No "Tributo ao soldado riograndino", a técnica usada é óleo sobre tela e espatulado, numa apresentação de três painéis senqüenciais, na qual a artista aborda uma nova postura do exército brasileiro, exmplificado aqui em nossa cidade, no sentido dos soldados depositarem os seus capacetes na divisa da cidade, não abandonando jamais a defesa e o permanente estado de alerta, mas engajados e

LIBERDADE POÉTICA

Segundo o Bibliófilo José Midlin, devemos inocular o vírus da leitura em todo o mundo. Interessa-nos portanto, além de fomentar a leitura de alguma forma, exercer a literatura, através de textos, comentários e vivenciar em sonhos o real significado da vida. Divulgar e liberar a nossa imaginação, fugindo do senso comum e padronizado da literatura puramente acadêmica.