Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo trilhos

Os trilhos dos sonhos

Observei os trilhos da velha e desativada ferrovia. Os mourões corroídos, mostrando veios em suas entranhas, com pequenas lascas adormecidas, que aos poucos se desmanchavam sob o sol. Tudo aos poucos se consumia pela ação do tempo. Quem dera, pudéssemos, num passe de mágica, reconstruir a malha ferroviária, restaurar os trilhos reluzentes e seus dormentes com a bitola adequada, permitindo que centenas de trens atravessassem a cidade, encontrando seus destinos e construindo outros, mais longínquos e eficazes. Mas a mágica é só uma ilusão e como tal, apenas ilustra nossos sonhos. . Uma mulher de salto alto, caminha despreocupada por alguns dormentes restantes da velha derrocada. Talvez expresse intimamente a vontade de vivenciar uma história passada, um roteiro que fazia quando criança, ou um encontro que ousasse reviver. Caminha displicente e de vez em quando, se volta, oportunizando em meu olhar também um desejo de descoberta. . O que procura aquela mulher num lugar quase aba

A CASA OBLÍQUA - CAP. XXXII

NOSSO FOLHETIM ESTÁ CHEGANDO AO FINAL. FALTAM POUCOS CAPÍTULOS! Ao anoitecer, Clara já vestida com as roupas habituais saiu do quarto, esgueirando-se pelo corredor afora, tentando fugir do hospital. Sabia que se permanecesse ali, teria que constituir advogado para sair em liberdade. Faria isso, mas não agora, em que as coisas se encaminhavam. Devia ir ao banco que Dona Luisa tinha informado, abrir o cofre e descobrir o segredo que a aguardava. De gabardine, guarnecida até a cabeça, afastou-se rapidamente para a rua e chamou um táxi. Ao tomarem uma distância boa do hospital, ela pediu ao motorista que retornasse em direção ao centro. Bastava seguirem uma rótula que desembocaria numa avenida arborizada, na qual encontraria o que precisava. Ao parar o carro, desceu sem olhar para os lados, atravessando a calçada e entrando numa loja. Não demorou três minutos e voltava ao veículo com um pacote, que trazia junto à bolsa. No carro, olhava para fora, tristemente. Pensava e