Todas as terças-feiras e quintas publicarei capítulos em sequência do romance "O doce bordado azul". A seguir o 3º capítulo A vara verde Quando a mãe chegou já passavam das quatro horas. Lúcia havia desistido de procurá-la, de telefonar aos conhecidos, procurar nas farmácias próximas, arriscar-se fisicamente. Afinal, uma mulher sozinha, como ela, andando pelas ruas, altas horas da noite, poderia sofrer um assalto, tomar parte numa batida policial, exigirem seus documentos, desconfiarem de suas atitudes. Sua mãe não deveria sair sem avisar-lhe. Foi um despropósito, uma desconsideração. Agora estava estirada na cama, resguardada pelos anjos, sonhando sabe lá Deus com quê, e ela, Lúcia, acordada, incapacitada de dormir, tão agitada se encontra. Tinha vontade de acordá-la, impedir-lhe o sono tranquilo intercalado de roncos assustadores, interceptar-lhe a paz. Mas nada resolveria, a não ser prolongar o seu sofrimento, a sua raiva. Além disso, viera com a desculpa infantil que
Este blog pretende expressar a literatura em suas distintas modalidades, de modo a representar a liberdade na arte de criar, aliada à criatividade muitas vezes absurda da sociedade em que vivemos. Por outro lado, pretende mostrar o cotidiano, a política, a discussão sobre cinema e filmes favoritos, bem como qualquer assunto referente à cultura.