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A CASA OBLÍQUA - CAP. XXXI

“Estava muito tensa nos últimos dias da gravidez. Meu pai arranjara um emprego para Júlio, no banco. Não era nada muito importante, mas preenchia as suas horas de solidão. Ele parecia sempre distante de nós, ensimesmado, sempre pensando no que lhe acontecera. Não se habituava à situação, como se a experiência o deixasse diferente do que era, hoje, um homem amargo e triste. Minha mãe às vezes, pensava tratar-se de Saymon ou outro clandestino que eu acolhera em casa. Deixara praticamente a lida da casa ao meu encargo. Tínhamos uma empregada, que nos ajudava, cuja presença me tirava um pouco da solidão. Infelizmente, naquele dia, não havia ninguém em casa, a não ser minha mãe e eu. Não tive a quem recorrer, a não ser a ela, que demonstrava um interesse inusitado por minha situação, o que produzia em mim um certo temor. Nunca esquecera a sua atitude, quando denunciara Saymon.” Moema ouviu os gemidos de Luisa. Sabia que as dores do parto não tardariam. Também as dores da alma era