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A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO XXVII

Como hoje é terça, mais um capítulo de nosso folhetim rasgado "A casa oblíqua". Clara desceu do carro e dirigiu-se ao prédio. Entrou no elevador, evitando encontrar-se com algum vizinho, apesar do adiantado da hora. Estava suada e suja. Quando entrou no apartamento, correu para o quarto, guardando em seguida a chave, numa gaveta da cômoda, bem como os demais objetos, assim como estavam, empoeirados, jogando-os de qualquer maneira e fechando a gaveta, temendo ser observada. Correu para o banho, reservou-se um bom tempo, relembrando todo o cenário por onde andava. Vestiu um robe branco, atirando-se na cama. Ficou olhando para o teto, vendo nele as imagens da casa da praia. Estava ansiosa, embora satisfeita pelos resultados produzidos. Tinha consigo que nada mais a deteria. Jamais tomariam o apartamento sem que a justiça fosse feita. Estava de posse da chave, dos documentos, dos objetos que trazia de volta um passado glorioso. Esta seria a sua vida, a partir de hoje.

A CASA OBLÍQUA - CAP. XXI

Nosso folhetim prossegue hoje com o vigésimo primeiro capítulo. No capítulo anterior, Clara ajudou Nael a voltar ao apartamento, após esconder-se no parapeito da janela, fugindo dos policiais que investigavam a pedido da própria Clara, segundo eles, pois o telefonema partira dali. Clara tornava-se a cada dia mais estranha, confundindo Nael com o seu comportamento. Após este incidente, Nael pretendia afastar-se e tentar sobreviver até acertar a sua regulamentação no país. Clara e Nael ficaram algum tempo conversando. Nael planejava partir. Não havia saída para os dois, a não ser o afastamento imediato. A situação tomava um rumo cada vez mais difícil. Clara, vez que outra concordava, mas ao mesmo tempo, sentia-se só, antecipando uma melancolia indesejável. Quase não o ouvia, perdida que estava em elucubrações. De repente, fitou-o de um modo tão singular, que ele estranhou e indagou o que havia acontecido. Ela descansou o queixo, com os cotovelos sobre a mesa, por alguns segundos, r