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Mostrando postagens com o rótulo bandeira do Brasil

O pássaro e a bandeira

Estava na sala de aula, observando um pássaro que insistia em pousar no muro, próximo à janela. O professor de português, um homem baixinho, de cabelos brancos e barba rala aproximou-se e perguntou, se não estava ouvindo o que ele dissera. Na verdade, eu nem ouvira o que ele me perguntara, mas fiz uma observação sobre o pássaro, como se fosse a coisa mais importante a ser dita. Ele balançou a cabeça e balbuciou entre lábios, indicando-me um livro que abria com energia sobre a classe. Olhei-o quieto e passei a ler o livro e esperar que se afastasse na direção de sua mesa ou do quadro. De lá, ele perguntou se eu sabia que naquele 1º de setembro, seria o primeiro dia do hasteamento da bandeira, atividade que se faria até o dia anterior ao desfile, no 7 de setembro. Afirmei rapidamente, junto com outras vozes dos colegas que confirmavam a atividade. O professor mais uma vez insistiu, se eu não lembrava que neste primeiro dia, eu havia sido sorteado. Eu sabia disso e como lhe afirm

A bandeira e o eclipse

Minha mãe era muito zelosa com as atribuições da escola. Na primavera de 66, estávamos mais preocupados com o provável eclipse que ocorreria no Brasil, especialmente na região sul, do que outros eventos cotidianos, como por exemplo confecionar bandeiras brasileiras. Eu já tinha tudo pronto em minha mente, usaria uma chapa de raios x para observar o céu, até que o sol desparecesse e a terra se alinhasse com a lua, escurecendo a cidade. No balneário Cassino, no entanto, a situação seria ainda mais eufórica e esperada. Afinal, a Nasa lançaria 14 foguetes na praia com a intenção de investigar o fenômeno. Havia muita gente no Cassino, inclusive mais de 300 cientistas do exterior. Minha mãe, entretanto estava disposta a cumprir a sua tarefa. Levou-me à loja Isaac Woolf e com a paciência das mulheres em escolher tons para os tecidos, permanecemos na loja mais de uma hora. Eram matizes que não acabavam mais. Tons que iam do verde escuro ao mais claro, azul que deveria compor um cé

Bandeira do povo brasileiro

Quantas vezes, tremulaste abrandando as nuvens cinzas e deixando o céu mais azul. Quantos olhos infantis te miravam, ensaiando teu hino e experimentando a emoção de teu emblema. Quantas vezes, mãos juvenis te ergueram, levantaram no mastro, garbosa e alvissareira de novos rumos e esperanças da Nação. Quantas vezes, foste chamada por vozes ufanistas, num patriotismo para poucos, num mundo de excessão. Foste assim usada, para ser um símbolo apenas de pensamentos restritos, não ligados ao povo, em períodos em que tua presença não era herança de todos. Quantas vezes, cobriste ombros e corações de quem lutava por direito à liberdade e mostraste teu desempenho nas faces confiantes dos que lutavam por teu país. Quantas vezes, lembram de ti nos hinos, nas glórias e nos feitos e esquecem quem teceu tuas entranhas e o vigor com que te vestes. Hoje te vejo desperta no céu, bandeira, pavilhão de amor e glória e espero que representes o povo a quem te serve como discípulo fiel