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Triste Brasil

Lendo uma das citações de Bertold Brecht, o dramaturgo alemão do século XX, cujos trabalhos artísticos e teóricos influenciaram o teatro contemporâneo, percebemos que seus pensamentos são tão universais e de nosso tempo, que parecem vaticinar o que viria acontecer no futuro. Senão, vejamos suas palavras: "Nada é impossível de mudar.Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar." Observamos, portanto, que este pensamento se encaixa na situação que estamos vivendo, de arbitrariedade e golpe na democracia. Pense bem, desconfie do "simplinho", do falso humilde que vota pela pátria, pela democracia, pelo amor a Deus e à família. Sabemos que não vivemos num

A CASA OBLÍQUA - CAP. XXXII

NOSSO FOLHETIM ESTÁ CHEGANDO AO FINAL. FALTAM POUCOS CAPÍTULOS! Ao anoitecer, Clara já vestida com as roupas habituais saiu do quarto, esgueirando-se pelo corredor afora, tentando fugir do hospital. Sabia que se permanecesse ali, teria que constituir advogado para sair em liberdade. Faria isso, mas não agora, em que as coisas se encaminhavam. Devia ir ao banco que Dona Luisa tinha informado, abrir o cofre e descobrir o segredo que a aguardava. De gabardine, guarnecida até a cabeça, afastou-se rapidamente para a rua e chamou um táxi. Ao tomarem uma distância boa do hospital, ela pediu ao motorista que retornasse em direção ao centro. Bastava seguirem uma rótula que desembocaria numa avenida arborizada, na qual encontraria o que precisava. Ao parar o carro, desceu sem olhar para os lados, atravessando a calçada e entrando numa loja. Não demorou três minutos e voltava ao veículo com um pacote, que trazia junto à bolsa. No carro, olhava para fora, tristemente. Pensava e

A CASA OBLÍQUA - CAP. XXVIII

Luisa esperou atenta, sentada num banco de madeira. Nada a fazia voltar atrás, nem a demora que a sujeitavam, numa tentativa de confundi-la e fazê-la desistir. Uma parede envidraçada a separava das máquinas de escrever, dos policiais ao telefone, dando ou recebendo ordens, misturando a fumaça de seus cigarros no ambiente. Às vezes, a olhavam atônitos. Sacudiam a cabeça. Conversavam entre si. Ela desabotoava o fecho da bolsa, procurando uma caneta e um pedaço de papel. Escreveu o telefone da família, seu nome completo, para uma provável comunicação. Precisava tomar alguma atitude, mas não podia comprometer seu pai. Devia imputar toda a culpa em si, de forma que seus argumentos fossem bem convincentes para evitar qualquer envolvimento. O telefone tocava insistente num gabinete. Um rapaz saiu do compartimento maior, atravessou a sala onde ela se encontrava e entrou no cômodo onde se ouvia o tilintar do aparelho. Ela estava com as mãos frias e suadas. Tirou o chapéu, de